segunda-feira, 29 de junho de 2009

Joguei a toalha

No mundo das lutas jogar a toalha significa desistir de uma luta.

Todo mundo tem medo de alguma coisa. E tem gente que tem medo de algumas coisas. E há tantas outras pessoas que têm medo de várias coisas. E muitas pessoas têm pavor de uma ou outra coisa.

Eu tenho pavor de baratas.

Vai, ri com vontade, não tem problema. Decidi não ter mais vergonha de ter medo de barata. Acho que preciso fazer terapia. Talvez encontre as raízes dessa fobia no longínquo de minha infância lá na Penha quando morávamos em uma casa infestada de baratas. O banheiro vivia forrado delas. Qual a casa em uma cidade grande que não tem baratas? Lembra da estatística dos ratos? Quinze ratos para cada habitante, cerca de 230 milhões desses pequenos roedores (alguns não tão pequenos assim, botariam pra correr o Brutus, o Rottweiller da minha irmã).

Um dia, há cerca de cinco anos, vi uma barata na parede. Os cabelos do corpo eriçaram, o coração disparou, passei do branco para o azul, o verde, o amarelo, virei um arco-íris. Era enorme! Talvez pesasse meio quilo. Era tudo o que meu cérebro aflito dizia naquele momento, "é um monstro, foge!" Fiquei olhando para ela, ela olhando para o nada, não queria me encarar. Um observador de fora não distinguiria qual dos dois tinha mais medo. Mas não fugi. Tem horas que um homem tem que enfrentar seus medos, encará-los de frente (isso é pleonasmo).

Pensando racionalmente (outro pleonasmo) decidi que estava mais que na hora de pôr um fim naquele, segundo o Aurélio, "sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça..." Perigo real! Que vergonha! Eu, 95 kg, metade só de músculos, encarando um ortóptero onívoro, cujo maior mal que poderia me fazer já me fazia - fazer passar uma vergonha brutal. Dizem na Psicologia que o medo tem que ser enfrentado, estudado. Um filme de artes marciais dava a seguinte dica: você sente frio, sente fome, sente sede, você sente medo... controle o sentimento e o medo desaparecerá, ele não tem razão de ser. Falei com uma psicóloga sobre esse medo uma vez. Ela riu.

Falei para a cascuda (não a psicóloga) que eu não precisava ter medo dela. Fiquei ali, olhando suas patas, suas asas, as antenas, as garras nas patas que servem para subir nas coisas (na gente...)

Joguei a toalha.

O que é um medinho de barata com tanta gente por aí com medo de dirigir...

4 comentários:

Silizi disse...

kkkkkkkkk
Fê essa foi mto boa!
E cuidado...até nos Bus que rodam pela Paulista tem BARATAAAA!!! Nooojo!
Hihihi

Débora disse...

Caramba Fe, assumiu heim!! Pra quem não me conhece sou a irmã dele, dona do Brutus. Sou uma testemunha dessa fobia que se arrasta há decadas, mas deve ser de família pq sou capaz de arrancar as roupas no meio da rua se uma dessas horrendas voar em mim. Parabéns Fe, to adorando seu blog... e pode inflar sei que adora elogios...rs
Ops! Desculpe pelo comentario enorme.

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

hahahahahah ai, ai ...
Um "Homão" desses, tem medo de baratas?
ahahahahahah
Desculpa Fê, mas não deu para segurar.
As baratas e os cães, pressentem o medo dos humanos... porisso cuidado: - uma das BEM GRANDES pode voar na tua direção num encontro casual, nunca olhe diretamente para elas, hein?
ahahahahahahahaha

Beijo